top of page

Onde estão as bissexuais na luta pelas mulheres?

  • Foto do escritor: Bi-Sides
    Bi-Sides
  • 9 de mar. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de mai. de 2022

O Dia Internacional da Mulher foi proposto pela primeira vez, há 112 anos atrás, pela professora, jornalista e militante marxista alemã Clara Josephine Zetkin, durante a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. A criação do marco teve por objetivo o fomento das manifestações pelo direito ao voto para as mulheres; melhoria salarial; exclusão das crianças do trabalho de fábrica; e por uma sociedade com justiça social.


No Brasil, a luta das mulheres se assemelha, pelo direito ao voto; reconhecimento da cidadania, contra o patriarcado e pelo fim da escravidão negra - viva na realidade e na mentalidade brasileira. Por essas e outras bandeiras, março é considerado o mês das mulheres, um dos períodos do ano em que conferimos visibilidade ao ativismo e à influência das mulheres por meio da ciência, da arte, da luta, da literatura e das provocações que induzem um pensamento crítico sobre sua realidade.


Ainda assim, pautas como raça e sexualidade carecem de atenção e visibilidade nos movimentos de mulheres, permanecendo categorias críticas e determinantes no cotidiano de mulheres negras, indígenas, quilombolas, ciganas; assim como de mulheres bissexuais, trans e lésbicas (realidade também comum à muitas pessoas não-binárias que sofrem misoginia). Infelizmente, assédio; silenciamento; violências; e violações persistem como uma realidade para a larga maioria dessas pessoas.


O feminismo, enquanto um movimento de caráter político que busca a equidade de gênero; o fim da violência; e o direito à cidadania plena, ganha força na Europa e nos EUA nas décadas de 1960 e 1970. No Brasil, em plena ditadura militar, o movimento alcança maior influência entre as mulheres letradas, de alta classe, que entram em contato com as feministas de fora do país e induzem as primeiras impressões para nossa realidade. É a partir das décadas de 1980 e 1990 que as mulheres negras brasileiras passam a produzir, de forma organizada, críticas à alienação do movimento de mulheres, brancas em sua larga maioria; principalmente à invisibilidade produzida para as intersecções de raça e de sexualidade. Assim, ainda que sobre uma busca comum, no decorrer dos anos, o feminismo se desdobrou em variadas vertentes.


Entretanto, o 8 de março (8M), Dia Internacional da Mulher, permanece enquanto uma agenda comum ao feminismo. A data ressalta a importância do reconhecimento das vozes de mulheres em toda sua diversidade para que sua condição de silenciamento e disparidade social se transformem em conscientização sobre um sistema colonial opressor. O desenvolvimento de uma consciência coletiva em relação ao racismo; à sexualidade; ao gênero; à classe; e aos padrões normativos impostos às mulheres.


Em referência ao 8M, o coletivo BiSides apresenta abaixo três nomes de mulheres bissexuais que influenciam e incidem cotidianamente na luta e pelo direito pleno das mulheres:


Referências bis na luta das mulheres:


  1. Frida Kahlo (1907-1954);

Imagem P&B do rosto de uma mulher branca olhando para o lado, seu cabelo está preso em um penteado com tranças que formam um arco. Ela usa brincos pingentes, diferentes colares e apoia seu rosto em uma de suas mãos, repleta de anéis.
Imagem: Getty Images

Uma das mulheres mexicanas mais marcantes da história. Comunista e revolucionária, teve uma vida marcada por superações que a transformaram em uma das maiores pintoras do século XX. Muito conhecida por seus auto retratos, Frida é definida por alguns como uma artista surrealista. Acerca desta afirmação, a pintora costumava recusar a definição, afirmando que seu trabalho refletia muito mais sua realidade do que seus sonhos: “Eu sou minha própria musa, a sujeita que mais conheço”. Considerada uma mulher à frente de seu tempo, suas obras retratavam, para além de suas dores, pautas como casamento, maternidade, bissexualidade e aborto. Sua arte foi reconhecida internacionalmente após seu falecimento, tendo a peça “Moisés” ganhado um prêmio concedido pelo Ministério da Cultura do México.


  1. Marielle Franco (1979-2018);

Imagem P&B de uma mulher negra, usando brincos redondos e um vestido estampado olha para o lado e para cima. Ao fundo, uma série de portas de casas em uma rua estreita.
Imagem: Reprodução

Socióloga de formação, mestra em Administração Pública, foi eleita Vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro com 46.502 votos, ocupando também a cadeira de Presidenta da Comissão da Mulher da Câmara. Foi uma importante mulher, negra, bissexual, mãe, filha, irmã, esposa e cria da favela da Maré. “Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas (...) O lugar de uma mulher, mulher negra, bissexual - agora estou casada com uma mulher, mas tenho uma fila - dessas muitas representações a gente vai aprendendo, conhecendo mais.”. No dia 14 de março de 2018 foi brutalmente assassinada em um atentado político ao carro em que estava. Foram 13 tiros alvejados contra o veículo, matando também o motorista Anderson Pedro Gomes. Até hoje, seu caso permanece em aberto, assim como a pergunta: Quem mandou matar Marielle?


  1. Erica Malunguinho (1981);

Imagem P&B de uma mulher negra, com cabelos longos em dreadlocs, olhando para a diagonal. Um de seus braços, com uma pulseira e um anel nos dedos, apoia levemente seu rosto. Ao fundo, aparece uma pessoa desfocada e uma janela de vidro com persianas.
Imagem: Reprodução

Educadora, artista plástica, mestra em Estética e História da Arte pela USP e atual deputada estadual pelo estado de São Paulo, Erica entrou para a história como a primeira mulher transexual da Assembleia Legislativa de São Paulo. É uma expoente do movimento negro no Brasil, bem como das pautas mobilizadas pela população LGBTQIA+. Atuando também por intermédio do Aparelha Luzia, quilombo urbano fundado por ela, articula política com intervenções culturais. Em suas redes sociais, Erica Malunguinho afirma e defende que "a bissexualidade não é uma fase ou indecisão (...), também não se expressa em um 'percentual de atração', referente ao quanto a pessoa se atrai pelo mesmo gênero ou por algum outro. Além de serem excluídas dos 'espaços heteros', essas manifestações de bifobia também ocorrem na comunidade LGBTQIA+, gerando uma dupla discriminação para a população bi, o que é lamentável". Reafirmando assim, que sua luta social, cultural e política segue em favor do reconhecimento e do respeito à visibilidade bissexual e de todas as mulheres.


 
 
 

12 Comments


amelia 05
amelia 05
May 29

Travelers can choose between convenience and cost savings when comparing Delta Basic Economy and Main Cabin. For people who want the cheapest ticket and don't mind travel restrictions like no seat preference or upgrades, basic economy is the best option. However, Main Cabin offers greater freedom, such as the ability to choose seats ahead of time, accrue more SkyMiles, and use preferred boarding. The Main Cabin is a better choice if you value comfort, adaptability, and tranquility. Selecting the appropriate ticket for your journey requires understanding the distinctions between Delta Basic Economy and Main Cabin.


Like

Novanectar Services Pvt. Ltd.
Novanectar Services Pvt. Ltd.
May 26

A powerful and necessary reminder of how diverse the women's movement truly is—and how often bisexual voices have been overlooked in that struggle. Honoring figures like Frida, Marielle, and Erica helps bring much-needed visibility to bi women and their impact. It's encouraging to see collectives like Bi-Sides creating space for these narratives. Brands like NovaNectar, which support inclusivity and empowerment, should also continue to amplify these voices through their platforms and actions.

https://novanectar.co.in/

Like

dustinhen
dustinhen
May 22

Finally, Family Tree Maker 2024 is available now. You can easily download FTM 2024 on your computer or mac. Check how to upgrade FTM 2019 to FTM 2024 without any hassle. If you purchase family tree maker 2024 right now then you can get up to 40% off.


Like

Kali Crack
Kali Crack
May 07

Para quem reinstalou o sistema ou comprou um novo computador, o ativador office 2016 kmspico download garante que o Office 2016 volte a funcionar completamente em poucos minutos.

Like

Dhruv Ghelani
Dhruv Ghelani
May 02

Several top nursing recruitment agencies in Kerala specialize in helping nurses secure international careers, particularly in Australia. These agencies assist with the entire process, from visa applications to job placements. Some well-known agencies include Medacs Healthcare, Oasis Healthcare, and Sunrise International. These agencies offer guidance on Australian nursing qualifications, provide assistance with the Australian Health Practitioner Regulation Agency (AHPRA) registration, and help nurses meet the necessary English language requirements (IELTS or OET). Additionally, they offer interview preparation and job placement services in leading Australian healthcare facilities. By partnering with these agencies, nurses from Kerala can efficiently navigate the process of moving abroad for a rewarding nursing career in Australia.

Know More

Like
bottom of page