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Construindo a história do movimento bissexual brasileiro

Em várias conversas com colegas dentro e fora do movimento bi, quando falo sobre a “história” do movimento no Brasil, a resposta é algo como “ah mas não é exatamente uma história né, é muito pouca coisa”. Entendo o comentário e concordo que seja pouco, comparando ao que seria bom. E como história costuma remeter a acontecimentos grandes no passado e a nossa ainda é nova e pequena, decidi chamar esse post assim: construindo a história.


A rigor, é o que fazemos com tudo, história política, da arte etc, todas estão sendo escritas conforme vivemos e agregamos nossa própria existencia aos acontecimentos, que algum dia, no futuro, vão chamar de história.

 

Vou contar aqui o pouco que sei de movimento bissexual no Brasil, que é ainda mais invísivel que nossa sexualidade, tanto que quando criei este blog, pensei que nunca nem havia existido, e ainda tem gente achando que não existe.


A informação que tenho reuni de gente que está ou esteve envolvida com o movimento e não só pode como muito provavelmente não está completa. Qualquer fato relevante que saibam sobre o tema, por favor comentem e vamos agregando.


Considerei como fatos relacionados ao movimento bissexual eventos, GTs, oficinas, debates etc feitos ESPECIFICAMENTE sobre o tema bissexualidade(s), tendo sido organizados assim ou que hajam surgido no decorrer de algum outro evento ou debate. Além desses acontecimentos, a criação e o trabalho de qualquer tipo de grupo que tenha sido ou seja dedicado a bissexuais de maneira exclusiva ou não, mas que seja realmente dedicado a bissexuais, grupos LGBT teoricamente inclusivos NÃO entram nessa conta.

A coisa começa nos anos 00’s e vem seguindo, com altos e baixos até agora, com acontecimentos recentes importantes, e foi assim:

Em março de 2004, na Associação da Parada GLBT, em São Paulo, começaram os encontros do projeto Espaço B, com foco em direitos humanos e bissexualidades e que incluía pessoas não bissexuais. Em agosto do mesmo ano, aconteceu a primeira “participação bissexual politicamente organizada em um encontro do movimento“, no II Encontro Paulista GLBT, realizado em São Paulo.


Em 2005, no XII EBGLT (Encontro Brasileiro de Gays, Lésbicas e Transgêneros) foi criado o CBB – Coletivo Brasileiro de Bissexuais, que durou até 2007, quando foi dissolvido depois de um problema com a indicação de representante do Coletivo no Seminário de Saúde GLBTT.


Em março de 2010 surgiu o bi-sides apenas como um blog e não foi até a VIII Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo que o grupo se formou (e participou nas caminhadas de 2011, 2012 e 2014). Em julho do mesmo ano bi-sides e Espaço B fizeram uma oficina sobre bissexualidades no IV Encontro Paulista LGBT, em São Carlos. Em setembro de 2010 houve em São Paulo, organizado pelo bi-sides, o primeiro Pic-nic pela Visibilidade Bissexual, marcado o dia internacional da visibilidade bissexual – 23 de setembro – que se repetiu em 2011. Também em 2010 houve um Pic-nic bi em Joinville, organizado pela Associação Arco-Íris.


Em junho de 2013 foi criado em Minas Gerais o Coletivo Bil – Coletivo de bissexuais e lésbicas do Vale do Aço, um grupo lés.bi realmente preocupado com a visibilidade tanto bissexual quanto lésbica. Em setembro do mesmo ano, para marcar o dia da visibilidade bi, o MEL – Movimento do Espírito Lilás, organizou o Biálogo, roda de conversa sobre bissexualidade em João Pessoa, na Paraíba.


O ano de 2014 tem sido importante para o movimento bissexual. Em janeiro se formou o MovBi – Movimento de Bissexuais que em julho se tornou a primeira ONG bissexual brasileira, e que esteve por trás do Biálogo no ano anterior. Também em julho, na oitava edição do SENALE (Seminário Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais) o evento mudou de nome para SENALESBI, apenas uma das propostas do GT bissexualidades.

O ano ainda não acabou e o movimento bissexual brasileiro está só começando, mas as expectativas são boas. O tema está sendo mais falado na mídia, as organizações LGBT estão pelo menos tentando ser mais inclusivas e seguramente faremos barulho agora em setembro.


O que mais for acontecendo vocês saberão por aqui. E se está faltando algo, de agora ou do nosso passado, avisa nos comentários e teremos o prazer de agregar a informação.

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